terça-feira, 14 de abril de 2009

Simples madrugada.

Numa festa qualquer, numa festa que não fazia o meu estilo...a música que soava naquele salão, não fazia meus ossos e meu corpo se movimentarem de uma forma que eu podesse me acabar naquela pista de dança. Ali, não era o meu lugar. Mas estava ali por alguns motivos, aniversário da minha amiga...ela me convidou, e eu fui. Minhas amigas foram, e não tinha como me sentir excluída ali, pois ambos as partes, eu tinha com quem zuar e com quem conversa. A festa, estava meio que desanimada...deu meia noite e ainda não estava lotado o lugar. Sentada ali, naquela cadeira no canto do salão deparei com um ser que entrou naquela porta. Meus olhos, brilharam; meu corpo, estremeceu; meu coração, palpitava; e eu sentia que eu não conseguiria levantar daquela cadeira...meu corpo estava numa sintonia muito intensa, energética, vamos dizer assim. Olhei para minha amiga com um sorriso de orelha a orelha e voltei a olha-lo, ele estava perfeitamente...lindo. Fiquei ali, o encarando, e ele veio até a nós com um amigo em seu lado. Deu um sorriso de lado e se encostou na parede. De repente, uma das minhas amigas chamou ele, para tirar fotos com a aniversariante. É incrivel de como ele estava lindo, de como meus olhos brilharam a cada vez que falava o nome dele e de como meu corpo se estremecia com cada olhar que ele me dava. Eu queria, eu precisava, eu necessitava, pelo menos aquela noite...ficar mais do que uma simples amiga, eu queria ser um pouco do que isso, pelo menos, ser importante pra ele um dia. A festa estava rolando, bebidas, alguns pedaços de carne, zueras e danças em pequenos passos. Achava que o momento exato de falar com ele estava cada vez mais próximo, porque em meus pensamentos, eu iria ter alguma coragem de chegar nele e falar que queria ficar com ele, mas, minha vergonha intensa era maior. A maioria das vezes queria que aquela festa acabasse logo e que ficasse do mesmo jeito que sempre foi e as vezes queria mais tempo, pra poder arranjar aquela tal coragem que eu não conseguia achar....
Chegou a hora do parabéns, cantamos e cantamos, rimos, fomos molhados por cerveja, por causa de alguns engraçadinhos. E a cada segundo que se passava, eu não conseguia tirar meus olhos nele. Depois daquela agitação, a festa voltou aonde parou. Todos dançando e até que já tinha bastante pessoas naquele salão qualquer. Olhei pros lados e não vi ele, só vi ele indo na direção da aniversariante e se sentando numa cadeira olhando pra festa, e fazendo de excluído. Minha amiga viu ele e foi até ele chama-lo pra vim ficar com a gente e eu fui atrás dela. Ele se sentou na cadeira ali perto de nós, e eu sentei ao seu lado. Ele olhou pra seus amigos e mandou eles irem buscar uma bebida pra ele e quando vi, minhas amigas também tinha saído daquele pequeno lugar aonde estavamos. Fiquei queta, olhando pra festa e as vezes olhava pra ele de canto e via sua face ali, olhando pra uma cadeira em nossa frente...eu puxei a cadeira com meus pés e comecei a limpar minha sandália nela, ele riu, e também começou a limpar o seu tênis ali e fiquei segurando, e nenhum momento ele disse nenhuma palavra se quer e também, eu não conseguia dizer nada, absolutamente...nada. De repente ouvi aquela sua voz, falando uma das poucas palavras que eu pensava que nunca ele iria dizer para mim...
-Er, eu quero ficar com você!
Eu fiquei por poucos segundos com cara de surpresa, olhando não sei pra onde e pensando que aquilo podia ser só uma ilusão minha. Olhei pra ele é disse:
-Éh, sério?!
-Uhum, se quer?!
E naquele momento eu não sabia o que fazer, meus lábios pedia aquela boca perto da minha. Eu estava me sentindo um ser fora desse mundo, sem o que fazer, sem ter reação por apenas alguns segundos. E quando vi por mim, já estava sentindo seus lábios no meu. Com um beijo que eu só podia sentir e ver em meus sonhos. Mas ali, não, ali não era sonho. Uma pura realidade, uma realidade sonhada e desejada por muito tempo. Seus braços envolvia em meu corpo, puxando-me bem mais perto dele e cada vez o seu beijo ficava mais intenso...seus lábios parecia água que a cada movimento eu sentia mais sede e queria me aprofundar mais. Aquele beijo, que durou por alguns minutos, pequenos minutos, se acabou. Senti aqueles selinhos um atrás do outro que me fazia sorrir por fora e gritar de felicidade por dentro. Olhei pra ele e o abracei, pensei que, aquilo tudo podia passar por um sonho e qualquer momento eu podia acordar. Mas vi que, aquilo ali, era pura realidade.
Vimos nossos amigos vindo em nossa direção com caras de maliciosos, rimos e ficamos com expressão de que nada de mais aconteceu ali, naquele canto do salão, com todos dançando e uma música nada vê com aquele clima. Porém, nem música e nem pessoas eu vi e ouvi ali, eu só via eu e ele.